A Imprensa de Lingua Portguesa no Mundo debatida na FMAM
O Seminário “A Imprensa de Língua Portuguesa no Mundo”, organizado pelo CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade (Universidade do Porto) e pela ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social, em colaboração com a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, reuniu no auditório da Fundação Manuel António da Mota (Mercado do Bom Sucesso – Porto), nos dias 18 e 19 de março de 2014, dezenas de representantes de alguns dos principais órgãos de comunicação social de língua portuguesa espalhados pelo mundo.
O Seminário teve como principais objetivos analisar, debater e divulgar a geografia da imprensa de língua portuguesa e a sua dimensão e relevância para as comunidades portuguesas além-fronteiras; o seu papel na promoção da cultura e da língua portuguesas; a sua importância na promoção da economia portuguesa no estrangeiro, os desafios e oportunidades da imprensa de língua portuguesa no mundo contemporâneo, com o desenvolvimento das novas tecnologias de informação e a disseminação das redes sociais; a dimensão da imprensa de língua portuguesa espalhada pelo mundo; e a sua influência nos países de acolhimento.
João de Noronha, diretor-geral do As Notícias (Reino Unido); Sérgio Ferreira Soares, do Correio de Caracas (Venezuela), Carlos Pereira, diretor das edições do LusoJornal (França e Bélgica), José Arantes, diretor da RTP África e RTP Internacional; José Rocha Dinis, diretor do Jornal Tribuna de Macau (Macau), Adelino Sá diretor do jornal Gazeta Lusófona (Suíça), ou Francisco Resendes, diretor do Portuguese Times (EUA), foram alguns dos jornalistas que analisaram, debateram e divulgaram, durante estes dois dias, a imprensa de língua portuguesa no mundo.
A falta de apoios dos órgãos governamentais e institucionais portugueses no estrangeiro, o desconhecimento das empresas exportadoras nacionais para uma promoção mais sustentada das suas marcas e produtos e o reduzido número de elementos das redações foram as principais questões apontadas. Aparte as dificuldades, os jornalistas portugueses concordam num ponto: a Língua Portuguesa é um elemento de grande potencial no mercado mundial.
“A imprensa em Língua Portuguesa reveste-se de uma grande relevância para as comunidades portuguesas além-fronteiras, assumindo um importante papel na promoção da cultura, da Língua e da economia portuguesas no estrangeiro, através, por exemplo, da promoção de produtos de origem portuguesa ou reforçando a visibilidade das ofertas turísticas de Portugal”, frisou João Palmeiro, presidente da Associação Portuguesa de Imprensa.
Por isso mesmo, José Cesário, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, que presidiu à Sessão de Abertura do evento, comprometeu-se a “reunir os meios para a criação de uma plataforma comum a todos estes órgãos de comunicação”. O objetivo principal é “criar e manter uma rede de contactos entre todos estes profissionais que tanto contribuem para o património da Língua Portuguesa e para a divulgação de Portugal no mundo”.
Carlos Magno, Presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) também esteve presente no Seminário, onde sublinhou que “apesar da ERC não regular o trabalho dos órgãos de comunicação social fora de Portugal, há algumas questões que devem ser revistas como, por exemplo, o facto de o trabalho como jornalista no estrangeiro não contar para requerer a carteira profissional em Portugal”.
Em suma, foram dois dias de intenso debate e reflexão conjunta que se espera agora que se materialize sob a forma da referida rede ou plataforma comum que de alguma forma permita ou promova a colaboração entre os meios de comunicação social de língua portuguesa, reforçando a sua visibilidade, utilidade social e viabilidade, e o seu papel enquanto potenciais promotores de Portugal além-fronteiras, nas suas mais diversas facetas.