Ordem Nutricionistas e Fundação parceiras pela alimentação saudável

Ordem Nutricionistas e Fundação parceiras pela alimentação saudável

A Ordem dos Nutricionistas é uma Associação Pública Profissional que tem por missão regular o acesso à profissão de nutricionista e o exercício das profissões de nutricionista e dietista, elaborando as normas técnicas e deontológicas respetivas, velando pelo cumprimento das normas legais e regulamentares da profissão e exercendo o poder disciplinar sobre os seus membros, no quadro de um regime disciplinar autónomo.

A alimentação tem um papel fundamental na promoção da saúde e na prevenção de doenças crónicas não transmissíveis, como as doenças cardiovasculares, cancro e diabetes.

Globalmente, a prevalência de obesidade tem aumentado em todo o mundo, denominando a Organização Mundial da Saúde este fenómeno de “globosidade”.
Na Europa mais de 20% das crianças e adolescentes têm excesso e peso e obesidade, sendo que os países do sul apresentam maiores prevalências.

Em Portugal, 21,6% das raparigas e 23,5% dos rapazes com idades compreendidas entre os 10 e os 18 anos têm excesso peso ou obesidade.
Em Portugal, verificou-se que apenas 27,6% dos adolescentes referiu consumir hortícolas todos os dias e mais de metade (57,8%) consome hortícolas apenas uma vez por semana.

A aquisição de hábitos alimentares é influenciada por fatores individuais, ambientais, bem como por diversos sectores da sociedade, incluindo a família, a comunidade, a escola, instituições prestadoras de cuidados de saúde, instituições religiosas, instituições governamentais, meios de comunicação e indústria alimentar.
A escola é um local privilegiado para a modulação de comportamentos alimentares e para a promoção da saúde visto poder proporcionar aos alunos oportunidades para apreenderem e pôr em prática comportamentos salutares.

Em média uma criança portuguesa passa 6 horas do seu dia na escola, portanto, é na escola que a maioria das refeições será realizada e onde cerca 35 a 50% do valor energético total diário será consumido. Além disso, para muitas crianças e adolescentes é na escola que têm acesso à única refeição quente do dia.

Assim, a escola tem um papel basilar no estabelecimento de um ambiente seguro, e de políticas e práticas que suportam comportamentos salutares. Neste sentido, a escola deve oferecer oportunidades para os alunos adquirirem competências e conhecimentos para a aquisição de hábitos alimentares saudáveis, tornando-se por isso relevante a implementação de medidas em ambiente escolar que visem a melhoria da qualidade alimentar da comunidade escolar.

Com o seu projeto, “Ver para Querer”, a Ordem dos Nutricionistas tem como principais objetivos aumentar a literacia nutricional dos alunos, melhorar a oferta alimentar das unidades de alimentação (bufete e cantina), melhorar o espaço físico das unidades de alimentação (bufete e cantina), diminuir o desperdício alimentar, sendo também objetivos do projeto, verificar a literacia nutricional dos participantes e o seu estado nutricional, verificar a satisfação dos participantes com as unidades de alimentação (bufete e cantina) e a sua oferta alimentar e verificar o desperdício alimentar efetuado pelos alunos na cantina.

Este projeto pioneiro em Portugal encontra-se a ser desenvolvido na Escola EB 2,3 de Amarante que conta com cerca de 640 estudantes.
O projeto inclui a fase de diagnóstico (Fase I), de intervenção (Fase II) e de avaliação da intervenção (Fase III).

A Fase I inclui a avaliação de medidas antropométricas (peso, altura e perímetro da cintura), a recolha de informação sobre os alimentos disponíveis no bufete da escola, avaliação da satisfação dos alunos com a unidade de alimentação (cantina), a avaliação do desperdício alimentar e a aplicação de questionários para averiguar dados sociodemográficos, de ingestão e padrões alimentares e de conhecimentos nutricionais.

A Fase II inclui o desenvolvimento e aplicação de atividades que serão executadas na Escola EB 23 de Amarante, nas áreas da educação alimentar, oferta alimentar e espaços das unidades de alimentação (cantina e bar) e desperdício alimentar.

A Fase III é a fase de avaliação com recolha de dados antropométricos e sociodemográficos, ingestão alimentar, conhecimentos nutricionais e oferta alimentar.

A Fundação Manuel António da Mota, em linha com as suas preocupações no domínio da saúde e em particular na área da educação para a saúde, apoiou este projeto, que aspira à replicação noutros contextos educativos pelo relevante interesse público de que se reveste, associado à capacidade e empenho demonstrado pela Ordem dos Nutricionistas na sua bem-sucedida execução.